Geeeente, quanta coisa legal que eu aprendi com a ajuda de vocês nessa
semana! Depois que a Camila Oliveira comentou eu fiquei muito intrigada com
essa história de cubículo da Rachel... Aí fiquei pensando no que o professor
Cantor disse no ultimo comentário dele e fiquei testando a senha na “Área Restrita 2” do blog dele. Testei "CubículodaRachel", "cubiculodarachel" e finalmente ao digitar senha “cubículodarachel” eu consegui
acessar o conteúdo escondido.
A Rachel da foto é a Rachel Kerbauy!
Finalmente eu entendi que essa foto não era uma brincadeira da minha
avó com o meu nome... Não era sobre mim, mas sobre uma pessoa bastante
importante na história da Análise do Comportamento no Brasil.
Olhem só algumas das coisas que o meu professor escreveu sobre a Rachel e
outras pessoas no período de instalação do curso de Psicologia na UnB:
“A mudança dos professores e demais pesquisadores convidados para
atuarem como monitores para Brasília ocorreu em 1964. Algumas dessas pessoas
foram Carolina Bori, Rodolpho Azzi, Isaias Pessotti, Gil Sherman e Fred Keller
e aos alunos Mario Guidi, João Cláudio Todorov, Luís Otávio Seixas Queiroz,
Rachel Rodrigues Kerbauy, Luís Oliveira, Herma Drachenberg.
No novo curso de Psicologia, a introdução à Análise do Comportamento
foi organizada em um curso de dois semestres. No primeiro semestre (IAEC1) o
curso era semelhante ao planejado por Keller e Schoenfeld em Columbia usando
como base o livro Princípios de Psicologia destes autores. O segundo semestre
incluía leituras, demonstrações e experimentos relacionados ao comportamento
humano, com traduções para o português de alguns dos primeiros trabalhos de
análise experimental do comportamento humano. O andamento da disciplina só era
possível com o auxílio de monitores que acompanhavam o desenvolvimento das
atividades com cada aluno em seu próprio ritmo.
As salas dos monitores ficavam no Bloco SG-11 da UnB e a foto que você
não entendeu direito, querida aluna era de uma então aluna de pós-graduação e
monitora do curso de Psicologia que se chamava Rachel. Muito provavelmente você
já ouviu esse nome. De qualquer forma, talvez lhe escapem alguns detalhes,
então conto aqui um pouco quem foi essa pessoa.
Rachel Kerbauy graduou-se em Pedadogia pela Sedes Sapientiae (1955),
mas enquanto trabalhava com docência, questionava um pouco o que era tratado
como “Psicologia” em suas classes. Ao ouvir falar sobre a presença de um
professor de Psicologia na USP entrou em contato com a Universidade e descobriu
que o professor sobre quem ouviu falar já havia retornado aos Estados Unidos
(sim, era o professor Keller!), mas que outro docente americano estava lá.
Assistiu então aulas de Gil Sherman e passou a se interessar ainda mais por
Psicologia Experimental. Viajou à França para fazer uma especialização e ao
retornar resolveu submeter um projeto sobre Discriminação Operante à FAPESP.
Aconselhada por Rodolpho Azzi, não submeteu o projeto e se juntou ao grupo de
professores e estudantes que foram até Brasília fundar o curso de Psicologia.
Bem… Muitas coisas aconteceram depois disso. Rachel deu continuidade à sua carreira acadêmica, fazendo Mestrado e Doutorado orientada pela professora Carolina Bori na USP e teve trabalhos muito reconhecidos no campo da terapia comportamental. Infelizmente, Rachel nos deixou este ano no dia 21/03, mas suas contribuições à Análise do Comportamento são seu legado inquestionável.”
E assim, mais uma parte do mistério é revelada. Agora, temos apenas mais um objeto para desvendar... logo logo eu venho com mais detalhes!
Até mais!